domingo, 23 de novembro de 2014

Convivência com a seca: precocidade


O milho é cultivo tradicional no nordeste brasileiro. O ápice do consumo se dá na noite de 23 de junho, a festa de São João, a maior festa regional, que se prolonga pelo dia 24, dia propriamente de São João. Quase todas as comidas, numa festa de comida abundante, são preparadas com milho. Mas este milho é cada vez menos adequado a um semiárido que vai se tornando mais seco. 

Mesmo um cereal pouco adequado a cultivo no semiárido, como o milho, por exigir muita água em comparação com um substitutivo, o sorgo, pode ter sua desadequação reduzida através de pesquisa que reduza a vulnerabilidade à seca. A superprecocidade, tal como apresentada por cultivares desenvolvidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A. - EMPARNE (LIRA;CARVALHO; LIMA, 2011) representa uma forma de reduzir os riscos de frustrações de safras ocasionadas pela seca. A resistência ao stress hídrico de cultivares, comparada a de outros, representa atenção do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA (2012a) em pesquisas suas, para com a questão da convivência com a seca, ou seja, Adaptação ao Aquecimento Global, ou em pesquisas realizadas com o seu apoio, como o desenvolvimento de milho hidropônico para alimentação animal como forragem (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2012b). Representa uma forma de obtenção de forragem de alta eficiência no uso da escassa água existente no semiárido, especialmente nas épocas de seca.

Uma outra opção à precocidade, não excludente, é o cultivo de grãos mais resistentes à seca. O sorgo granífero IPA 1011 é uma alternativa estratégica para a produção de grãos nas condições de escassez de chuvas do semiárido, onde o milho não produz satisfatoriamente (IPA, 2008; SILVA, 2011). O sorgo apresenta como prospecto nove safras boas em cada dez no clima do Nordeste semiárido. O milho, duas a quatro. Mesmo aumentando a resistência do milho, é difícil que chegue perto da resistência apresentada pelo sorgo, preparado que foi, pela natureza, para enfrentar as hostís condições do semiárido africano.

 Outras instâncias de convivência, veja em:

Na região equatorial: Convivência com a Seca = Adaptação ao Aquecimento Global

De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

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