domingo, 30 de novembro de 2014

Há projetos (poucos, más há) relativos à Adaptação, não mencionados como tal



No conjunto de instituições que fazem pesquisa agropecuária nas regiões  Norte e Nordeste do Brasil, como padrão solidamente estabelecido por uma indisputável maioria, há home pages apresentando um número pequeno de projetos dirigidos a aumentar a resiliência de cultivos, sistematicamente relatados de uma maneira tal que a questão da adaptabilidade não é explicitamente colocada, como em:
Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural – Agerp-MA (2012);
Diretoria de Pesquisa Agropecuária e Desenvolvimento Rural - DIPAP – AL (2012);
Embrapa Acre – CPAFAC (2012);
Embrapa Amapá – CPAFAP (2012);
Embrapa Amazônia Ocidental – CPAA (2012);
Embrapa Amazônia Oriental – CPATU (2012);
Embrapa Mandioca e Fruticultura – CNPMF (2012);
Embrapa Meio Norte – CPAMN (2012);
Embrapa Rondônia – CPAFRO (2012);
Embrapa Roraima – CPAFRR (2012);
Embrapa Solos – CNPS (2012);
Emdagro (2012);
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (2012);
Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte – EMPARN (2012) (Dispõe de Laboratório de Biotecnologia Vegetal de grande utilidade numa futura produção de mudas de cultivares com propriedades favoráveis à Adaptação);
Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba – EMEPA (2012);
Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA (2012);
Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte – EMATER/RN (2012);
Instituto de Inovação para o Desenvolvimento Rural Sustentável de Alagoas – Emater/AL (2012);
Instituto Mamirauá (2012);
Universidade Federal da Paraiba – UFPB (2012);
Universidade Federal do Ceará – UFC (2012);
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN (2012); e
Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE (2012)

Registre-se que na lista acima, foram incluídas instituições por apresentarem pesquisadores seus com artigos científicos, resultantes de pesquisas, que vindo ao encontro da convivência com a seca, somando-os como aumento considerável na produção técnico-científica de docentes e pesquisadores da grande região equatorial, divulgando-a nos meios técnicos e universitários, tanto regionais quanto nacionais. Neste sentido vale destacar a Revista Agropecuária Técnica, com periodicidade semestral, publicada pelo Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. A revista possui espectro diversificado, envolvendo toda a área das Ciências Agrárias.

[Esta postagem é uma continuação de
Pesquisa agropecuária para Adaptação na região equatorial brasileira: o visto nas Home Pages]

De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Convivência com a Seca/Adaptação ao Aquecimento Global: realidade e pesquisa


O campo da agropecuária face ao Aquecimento Global se pronuncia por mudanças climáticas constituídas, principalmente, segundo previsões dos órgãos brasileiros capacitados para tal, onde se destaca o INPE, não só por aumentos de temperaturas, como também, por mudanças nas frequências temporais e de distribuições geográficas das precipitações. No Nordeste, o mais populoso semiárido em termos mundiais, as mudanças intensificam um quadro de má distribuição das precipitações médias que mantém esta região semiárida, onde cada gleba tem sempre a enfrentar um significativo risco de insuficiente chuva. No oeste, na Amazônia brasileira, o leste deve ver nele se instalando um clima hoje predominante no Nordeste, todavia ainda mais quente. É claro que, nestas circunstâncias, de intensificação da seca, intensificar as ações de convivência com a seca representa uma forma de Adaptação ao Aquecimento Global, reduzindo o efeito negativo do maior empecilho a um desenvolvimento sustentável para a região semiárida.

A análise das Home Pages das instituições que fazem pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste brasileiros permite concluir que há sistemático trabalho de ampliação do conhecimento capaz de conduzir a uma convivência racional com os padrões climáticos do semiárido. Todavia, este trabalho sistemático é realizado por um, dadas as intensas e extensas necessidades dessas duas regiões, pequeno número de centros de pesquisa. É trabalho que vem se desenvolvendo desde algumas décadas, e resulta num acervo de conhecimento que apoia, principalmente, a produção irrigada. Não deixa inteiramente a descoberto a produção de sequeiro do semiárido do Nordeste, a qual é exposta aos rigores e incertezas do clima. Essa produção de sequeiro se dá numa área semiárida, muitas vezes maior do que as escassas águas permitem irrigar, com  população também várias vezes maior.

São quatro centros da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, o Instituto Agronômico de Pernambuco - IPA e, em menor escala, as universidades rurais das regiões, bem como as que detêm centros agrários, somados ao recém-criado instituto de pesquisa especificamente voltado para o semiárido, o Instituto Nacional do Semiárido - NSA, que realizam pesquisas para a agropecuária no semiárido. Mas a sociedade não tem feito o conhecimento já desenvolvido ser expeditamente aplicado no mundo real. Embora venha de décadas o desenvolvimento deste conhecimento, de forma codificada, vem de longe o desprezo por ele.

Um exemplo disto está nos ensinamentos de José Guimarães Duque, sobre a estratégia de centrar a exploração econômica das terras agricultáveis da região semiárida aproveitando os pontos fortes dessa grande região semiárida brasileira, que nunca foram devidamente adotados (Como exemplo de sua obras: O Nordeste e as lavouras xerófilas). A exploração das atividades agropastoris continuou, a grosso modo, ignorando as características de alta evaporação e evapotranspiração que a alta radiação solar, combinada com os ventos alísios, conferem às superfícies de água e à vegetação da região, oferecendo risco de salinização às atividades de irrigação, onde e quando a água para tal não falta. E oferecendo, quando se tenta imitar a agropecuária de outras regiões, riscos elevados de quebra de safra, bem acima das outras áreas agricultáveis no Brasil, não só por causa das secas, que incidem sobre cada pedaço de terra como uma variável aleatória, reduzindo significativamente a produtividade média, comparada com outras áreas brasileiras, como por causa de situações de insuficiente umidade edáfica, em relação à que seria requerida em determinadas fases do ciclo de crescimento de alguns vegetais, proporcionando as chamadas “secas verdes”, não menos prejudiciais do que as “secas secas”.

Duas conclusões resultam da análise da informação anteriormente exposta. A primeira se refere à relação de intensidade de pesquisa para Adaptação ao Aquecimento Global ser ou não privilegiada, face à extensão da agropecuária para a sua convivência com a seca. A resposta é que a pesquisa voltada à convivência com a seca é claramente uma pequena parcela da pesquisa agropecuária conduzida na região. É insuficiente face à necessidade da intensidade de fluxo de novos conhecimentos capazes de manter a produção agropecuária no semiárido, que vai tendo seu clima sendo mudado para um mais áspero.

Na agricultura já se dispõe de tecnologia para a produção de palma, para alimentação animal, inexplicavelmente excluída da alimentação humana; para a produção de grãos, na forma do sorgo, altamente resistente ao estresse hídrico, também dirigido à alimentação animal e, também, excluída da alimentação humana; para produção de frutas e frutos de xerófilas nativas. Na pecuária, para a produção de proteína animal, quer na forma de leite, quer na de carne, já se dispõe de ruminantes de grande e de pequeno porte adequados às condições do semiárido.

A segunda se refere a que o conhecimento já desenvolvido adequado à convivência com o semiárido sequer é aplicado de forma consistente. Isto se traduz, na prática, em sinalização, da sociedade às entidades de pesquisa, da suficiência do volume de pesquisa de Adaptação ao Aquecimento Global que ora efetuam. Pesquisas em maior volume não se traduziriam, então, em inovçaão. Quando sim, não são difundidas, para o que concorre o baixo nível de educação populacional na região equatorial brasileira. Mas o acordar da sociedade para a necessidade de adequar o sistema produtivo do semiárido às condições do semiárido está sendo rápido. Já há dezenas de associações civis empenhadas em fazer avançar a convivência com a seca e o governo vem começando a incorporar esta bandeira. Financiamento para a convivência com a seca pode se traduzir em financiamento diferenciado, favorável à exploração de sistemas produtivos que exploram espécies nativas e lhes dão processamento agroindustrial e comercialização adequados, fazendo produzir retornos acima das explorações tornadas inadequadas pode ser instalado em poucos anos. Mas o aprofundamento do conhecimento para a exploração das espécies nativas pode representar décadas de pesquisa, tornando insuficiente o conhecimento de convivência com a seca ora existente, ao longo da agudização dos climas. Por outro lado, a própria adição de oferta de conhecimento para a convivência com a seca facilita o movimento das forças produtivas no semiárido nesta direção. Aumentar o presente fluxo de pesquisa para Adaptação ao Aquecimento Global no semiárido em antecipação à demanda é aconselhável. Tanto quanto possível deve ser desenvolvido tal conhecimento, gerando oportunidades de exploração compatíveis com a atual situação dos mercados.

De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Há pesquisa relativa à Adaptação ao Aquecimento Global não mencionada como tal



Há significativo volume de pesquisa relativo à Adaptação ao Aquecimento Global, não mencionada como tal em quatro centros de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, nominadamente: 

1) O Centro de Pesquisa sobre o Trópico Semiárido – CPATSA, Embrapa Semiárido;
 2) a Embrapa Caprinos e Ovinos – CNPC; 
3) a Embrapa Algodão – CNPA; e 
4) a Embrapa Agroindústria Tropical – CNPAT.

 O primeiro foi criado especificamente para desenvolver tecnologias agropecuárias dirigidas à região semiárida. Seu programa de pesquisa vem gerando e adaptando tecnologias que permitem fortalecer a economia agropastoril do semiárido nordestino, visando a obtenção de melhores índices de produtividade, assim como reduzindo os riscos de perda das safras em meio ao ambiente hostil. São 77 pesquisadores, mais analistas e assistentes, tendo a convivência com a seca como ponto focal, dedicados, então, à Adaptação ao Aquecimento Global. 

A Embrapa Caprinos e Ovinos vem realizando pesquisa, desenvolvimento e inovação objetivando a sustentabilidade da caprinocultura e da ovinocultura, animais de especial vocação para apresentar boa produtividade no semiárido. 

A Embrapa Algodão contemplava inicialmente um foco na cultura do algodoeiro arbóreo, cultivado no Nordeste e outro foco na cultura do algodoeiro herbáceo, principalmente cultivado no Centro-Oeste. Desenvolveu cultivares de algodão colorido, que permitem o uso de roupas coloridas, sem que tenham sido cotaminadas com nenhuma tinta.  Desenvolveu o cultivar BRS 187 8H, com características de tolerância à seca (COSTA, 2006). Ampliou seu foco incluindo outros cultivos que podem ser cultivados em talhões intercalados com o algodão, ou inteiramente substitutos dele, como a mamona, o amendoim, o gergelim e o sisal. 

A Embrapa Agroindústria Tropical – CNPAT, por seu turno, pelos seus nada menos que 256 produtos desenvolvidos referentes a stress hídrico, permite a percepção da importância que confere à convivência com a seca.

[Esta postagem é uma continuação de
Pesquisa agropecuária para Adaptação na região equatorial brasileira: o visto nas Home Pages]

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pesquisa agropecuária para adaptação na região equatorial brasileira: o visto nas Home Pages



A capacitação da atividade agropecuária à Adaptação ao Aquecimento Global no Brasil equatorial, a qual coincide, nestas primeiras décadas de Aquecimento Global, com capacitação à Convivência com a Seca, tem na pesquisa agropecuária um indispensável esteio, assim como esteio necessariamente deve ser desempenhado pelo exercício eficiente da difusão do conhecimento tecnológico que seja e que tenha sido desenvolvido pela pesquisa.

Uma visão geral do que ocorre em pesquisa agropecuária no N/NE, ou seja, no Brasil equatorial, pode ser sintetizada em estatística onde classes de situação das entidades pesquisadoras sejam objeto de atribuição de frequências a essas classes.

A partir de uma primeira e rápida visita às Home Pages, tendo sido evitado formar classe com frequência nula, foram estabelecidas quatro situações em que, de forma exclusiva, deve se situar cada uma das instituições pesquisadoras.

A situação mais favorável de contribuição à capacitação à Adaptação ao Aquecimento Global por parte de uma instituição pesquisadora é a de que o esforço de pesquisa expressamente dirigido a este fim seja significativo. A primeira visita às Home Pages não permitiu formar evidência de que esta situação mais favorável viesse a se constituir numa classe.

Entende-se que uma situação amplamente favorável à capacitação em análise seja a de instituição que esteja abrigando pelo menos um projeto de pesquisa explicitado como de “Convivência com a Seca” ou de “Adaptação ao Aquecimento Global”. Nesta situação a entidade proclama seu reconhecimento da relevância do tema, embora não o esteja privilegiando entre temas alternativos. Tendo em vista a situação de ações análogas que estas duas guardam, optou-se por registrar a classe em que “Há (pouca, mas há) pesquisa explicitada como sobre Aquecimento Global”, ou de seu sinônimo Convivência com a Seca.

Uma situação tão favorável quanto à anterior, do ponto de vista específico de geração de conhecimento para Adaptação ou Convivência, é a das instituições que abrigam projetos (poucos, mas abrigam) com tal objetivo implícito, mas não o explicitam. Do ponto de vista da capacitação das forças produtivas à Adaptação ou Convivência, é menos favorável, na medida em que concorrem a que na sociedade o tema não seja visto com a importância que se faz necessária. Constitui uma categoria diferenciada da primeira, a mais vasta.

Outra sitação diz respeito a instituições de pesquisa que relatam projetos, mas nos registros não há evidência de foco na Adaptação ou na Convivência com o semiárido.

Por último, uma situação encontrada com frequência não nula, a de instituições de pesquisa cuja Home Page não relata projetos de pesquisa.

As classes são formadas segundo abaixo:

1.1 Há pesquisa explicitada como sobre Aquecimento Global
1.2 Há significativo volume de pesquisa relativo à Adaptação, não mencionada como tal
1.3 Há um número pouco significativo de projetos de pesquisa relativos à Adaptação, não mencionados como tal
1.4 Há projetos de pesquisa relatados, mas não há evidência de foco na Adaptação
1.5 Não há projetos de pesquisa relatados

O resultado da classificação é sumarizado na Tabela 1.

Tabela 1 Situação da pesquisa relativa a Adaptação ao Aquecimento Global contada pelas Home Pages das instituições de pesquisa no N/NE - 2013
Tipo de situação
Freq
1.1 Há (pouca, mas há) pesquisa explicitada como sobre Aquecimento Global
1
1.2 Há significativo volume de pesquisa relativo à Adaptação, não mencionada como tal
4
1.3 Há (poucos, mas há) projetos de pesquisa relativos à Adaptação, não mencionados como tal
23
1.4 Há projetos relatados, sem evidência de foco associável à Adaptação
7
1.5 Não há projetos de pesquisa relatados
5
Total
40
Fonte:Elaboração própria a partir de análise das Home Pages

Comentários sobre tipos de situação selecionados são encontrados em:
Há pouca pesquisa explicitada como sobre Convivência com a Seca/Adaptação

Na Embrapa há pesquisa relativa à adaptacao ao Aquecimento Global/Convivência 

O caminhar da adaptação praticada no semiárido brasileiro



As mudanças climáticas na região equatorial brasileira, trazidas pelo Aquecimento Global são constituídas basicamente de aumento da temperatura e de redução com concentração das precipitações. Trata-se, então, de agravamento das condições do semiárido. Pelo menos para a primeira metade desse século XXI, pode-se, a partir da temperatura média anual tendencial do ano 2000, considerar um grau centígrado de aumento médio, no semiárido, de temperatura média anual, juntamente com moderadamente maior intensidade e amplitude geográfica das secas. Nestas condições, os métodos de convivência com a seca no Semiárido equivalem a métodos para Adaptação ao Aquecimento Global. 

São métodos que envolvem dois grandes eixos:
- um, o de "planejar o estar preparado para os anos de seca";
- outro, o de "explorar economicamente o Semiárido com culturas de espécies dos próprios biomas ou advindas de biomas análogos, com plantas de igual resistência à seca, ou de ciclo de vida tão curto que aproveitam o curto período de umidade edáfica favorável. 

Assim, procurar evidências de Adaptação é procurar a adoção de métodos de convivência com a seca. E a convivência com a seca é uma longa história de conhecimento de sua necessidade e de empenho no combate à seca, peculiarmente pouco orientado ao benefício da maioria da população do semiárido.

Uma breve história das secas no Nordeste pode ser encontrada em “História - Seca, fenômeno secular na vida dos nordestinos” (BARRETO, 2009), publicado em “Desafios do Desenvolvimento”, a revista de informação e debate do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, de acesso livre on line. Registra a construção de açudes como a adaptação exercida, levando o semiárido nordestino a possuir a maior capacidade de represamento entre todos os semiáridos do planeta.

A lógica da açudagem como solução ao “flagelo da seca”, defendida no relato das campanhas de Canudos, em meados do século XIX, por Euclides da Cunha (1979), foi adotada pelos grandes fazendeiros e pelos pequenos produtores, construindo tipicamente açudes de capacidade de reserva anuais. Posteriormente veio a proporcionar ações conjuntas de proprietários rurais e governo, construindo açudes de maior tamanho, tipicamente de capacidade de reserva interanual. Finalmente chegou-se aos açudes monumentais, de tal profundidade que nem as grandes secas conseguem fazer secar. Em 1936 foi construído no Estado da Paraíba o açude Coremas, com 720 milhões de m3, o então maior açude do continente sul-americano. No ano de 1960 foi a vez do Orós no Ceará, podendo acumular 4 bilhões de m3, o então maior açude do mundo, interceptando o rio Jaguaribe, considerado o maior rio seco do Mundo. No ano de 1983, foi construído, no Açu, Rio Grande do Norte, o açude Eng. Armando Ribeiro Gonçalves, com capacidade de 2,4 bilhões de m³, tornando-se o 2º maior açude do Mundo. Em 2003 foi concluído e inaugurado o açude Castanhão, novamente no rio Jaguaribe, agora o maior açude do Mundo, acumulando 6,7 bilhões de m³, volume equivalente a quase 3 vezes a Baía da Guanabara. A açudagem leva a atuais 37 quilômetros cúbicos de capacidade de represamento (RIBEIRO, 2008a), distribuídos em 70 mil açudes espalhados no semiárido brasileiro.

A açudagem representaria uma importante contribuição à sustentação das atividades agropecuárias se pudesse prover agua para tal, juntamente com água para dessedentação humana. Está longe disto, pois não foram construídas adutoras para atender à população dispersa no campo e agrupada em pequenas cidades e vilarejos. Também, não apresenta condições de dar suporte a agricultura irrigada de forma significativa. Fora pequenos bolsões de área irrigada, principalmente pelas águas do São Francisco e do Parnaíba, a agricultura no semiárido é de sequeiro, uma agricultura dependente da chuva, justamente numa região em que a chuva é insuficiente, face à alta evapotranspiração, e é incerta.

O desenvolvimento do conhecimento geológico havido ao longo do século passado levou se poder contar, na área de solo sedimentar do Nordeste, que constitui cerca de 30% do semiárido, com um potencial ao redor de 135 bilhões de m³ de água subterrânea, com possibilidades de serem utilizados cerca de 27 bilhões de m³ (20% do total) de forma imediata. Uma pequena fração já é conseguida nos poços existentes nesta região, estimados em de cerca de 60 mil (RIBEIRO, 2008b; SUASSUNA, 2001).

A natureza desenvolveu, através de milênios, biomas adaptados ao semiárido nordestino. Seria racional que a exploração da região seguisse a linha de utilizar componentes dos biomas locais, dadas as suas peculiaridades relativas a temperatura e aridez. Assim foi no seu primeiro estágio da ocupação pelo homem branco. Gerou a chamada Civilização do Couro, quando o gado, criado de forma extensiva, alimentava-se de componentes dos biomas locais. 

A Civilização da Açudagem, correspondente à conscientização da necessidade de represar as águas caídas em poucos dias do ano e que de outra forma correriam livres para o mar e às ações para o seu represamento, sucedeu, em meados do século XIX, à pura exploração extrativa dos biomas, pela via da alimentação do gado. Simultaneamente, expandia-se o cultivo de algodão e depois o do agave. E simultaneamente expandia-se a população e a produção agropecuária para subsistência. Em meados do século XX o cultivo do agave tornou-se anti-econômico com o desenvolvimento de fibras artificiais para amarrar o feno nos países temperados e produzir cordas, substituindo o sisal, ou seja, a fibra do agave, pelo menor preço das cordas e cordões gerados pelas fibras artificiais. E o algodão enfrentaria a competição de fibras artificiais voltadas à tecelagem, bem como a disseminação da praga do bicudo, que anula a produção nas áreas atingidas. Resta a cultura de subsistência, com a exposição ao mercado do excedente conseguido. Mas a cultura de subsistência seria insuficiente para garantir condições de vida compatíveis com as de outras regiões, face a não acompanhar o ritmo de desenvolvimento econômico e correspondente expansão da renda per capita.

Nos anos 50 do século passado José Guimarães Duque (1953; 1964) pregou a necessidade de ocupar o semiárido com uma exploração adequada. Sua voz é a própria expressão do caminho de convivência com o semiárido que havia sido esquecida, substituída que fora pela bizarra ideia de “combate à seca”, como se os brasileiros pudessem minorar os fenômenos que a causam. A segunda grande seca dos anos 50, a de 1958, somou-se em seu efeito brutal, à acentuada erosão econômica causada no Nordeste pelo binário integração dos mercados internos e forte aumento dos preços de maquinaria e insumos industriais trazidos pelo forte subsídio à nova produção industrial, localizada no Sudeste, que terminou por trazer à região o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste, a partir do qual foi criada a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE (ANDRADE, 1994).

A visão economicista da SUDENE, preocupada com a alta densidade ocupacional do semiárido, apontou como solução transferir camponeses nordestinos para a região do Alto Turi, no Maranhão. Não introduziu diretamente a questão da convivência com o semiárido, nem resolveu o problema da densidade populacional. A maioria dos relativamente poucos camponeses que foram, voltaram, atendendo ao chamado do sertão, quando volta a chover.

A SUDENE causou um grande impacto no litoral, principalmente nas três grandes capitais, onde seus efeitos de desenvolvimento econômico foram mais concentrados. Bastaram as duas primeiras décadas do funcionamento da SUDENE, conjuntamente com o Banco do Nordeste do Brasil – BNB, provendo subsídios e apoio ao investimento industrial para, apesar de concentrado nas três maiores regiões metropolitanas, reverter, para o Nordeste como um todo, a estabelecida expectativa de tendência à continuada perda relativa de renda per capita que havia se estabelecido nas décadas imediatas à sua criação. Era como se o problema da recorrente seca pudesse ser resolvido pelo desenvolvimento econômico.

Na virada do milênio, a situação de ignorar o direcionamento de convivência com a seca é patenteado como ainda estando em fase de proposição, na publicação, pela Fundaj, de “SEMI-ÁRIDO: proposta de convivência com a seca” (SUASSUNA, 2002). A distribuição da constituição dos solos, no que capacitam culturas convencionais ou apenas xerófilas, é tratada no texto, onde veladamente se desaconselha o cultivo de grãos exigentes de água, como milho e feijão, restritos a êxito em brejos de altitude e outras situações também de menor expressão no semiárido, os quais para estas áreas deviam ser incentivados. Mas a prática de incentivar através de financiamento e distribuição de sementes, onde a chance de falha de safra é grande, continua casada com a garantia, se houver perda, o que tem maior probabilidade de ocorrer do que a boa safra.

O atual momento flagra luta de várias instituições de continuada demanda por mudança de combate à seca para convivência com o semiárido (BISOL, 2013). Diz Pires (2013), analisando a história da ocupação do sertão pelo homem branco, portanto, algo que não se refere a nenhum governo em particular, algo que os transcende:

O estado brasileiro, os governos dos estados e os governos municipais, até hoje, nunca construíram um programa e um plano de prevenção, um plano que cuide e dê atenção à população, principalmente rural, para o período de estiagem, que é algo recorrente.

O baixo nível de educação populacional da sociedade brasileira, que é maximizado nas regiões equatoriais, é um obstáculo à difusão de inovações agropecuárias nessas regiões (DIAS; MEDEIROS, 2010). Esse obstáculo pode ser parcialmente compensado na direção de mudança para a instalação de uma cultura de convivência com a seca, se houver a adequada adoção de empenhada política pública Há esperança de que se esteja num momento histórico, de instalação de planos e ações que representem um caminhar na direção da convivência com a seca e, portanto, de Adaptação ao Aquecimento Global a qual pode ser fundada na colocação:


Vários espaços oficiais do Governo Federal e de Governos Estaduais estão determinados a construir processos de convivência com o Semiárido e a abandonar a carcomida política de combate à seca (BAPTISTA, 2013).

ANDRADE, Manoel Correia de (1994). Análise do semiárido nordestino e a visão da seca. Em: BACELAR, Tânia e outros, Orgs,. O GTDN: da Proposta à Realidade: ensaios sobre a questão regional. Recife: Editora Universitária da UFPE, p.114-124.
BAPTISTA, Naidison (2013). Prefácio. Em: GALINDO, Wedna (Org). Vozes da Conviência com o Semiárido. Recife, Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, pp, 8-15.
BISOL, Egídio (2013). Mudança de consciência para a convivência com o Semiárido. Em: GALINDO, Wedna (Org). Vozes da Conviência com o Semiárido. Recife, Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, pp, 76-82.
DUQUE, José Guimarães (1953). Solo e Água no Polígono das Sêcas. Fortaleza, Departamento Nacional de Obras contra as Sêcas, 3a ed.
DUQUE, José Guimarães (1964). O Nordeste e as Lavouras Xerófilas. Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil.

PIRES, Alexandre (2013). Convivência com o Semiárido como diretriz para a vida na região. Em: GALINDO, Wedna (Org). Vozes da Conviência com o Semiárido. Recife, Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá, pp, 83-87.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Capins perenes



As gramíneas também oferecem contribuição ao aproveitamento do semi-árido. Aplica-se bem, sobre elas o fato que

existem espécies exóticas capazes de se adaptarem ao clima e ao solo da região semi - árida do Nordeste do Brasil como potenciais forrageiras economicamente viáveis (OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 1999)

As gramíneas não podem servir diretamente de alimento para o Homem, cujo aparelho digestivo não apresenta capacidade para as digerir. Mas podem ser alimento para animais, que por sua vez, podem satisfazer a necessidade humana de proteína animal, seja ela culturalmente construída, ou seja de ordem fisiológica, o que ocorre segundo parte dos estudiosos da alimentação humana.
Várias gramíneas, delas se destacando espécies exóticas adaptadas pelo esforço da pesquisa agronômica, se prestam para cultvo nas condições do semi-árido. Destacam-se entre elas variedades do capim buffel. Trata-se de uma gramínea exótica bem adaptada às condições do semi-árido brasileiro. Apresenta algumas variedades, entre elas a desenvolvida no CPASA, com capacidade de suporte de bovinos maior do que outras melhores gramíneas exóticas também adptadas. Considerando condições típicas do semi-árido proporciona, com baixo custo, com lotação bovina adequada, permite ganho superior a 150 kg por hectare por ano (OLIVEIRA; SILVA; SOUZA, 1999), exceção feita às condições de seca plurianual.

 Outras instâncias de convivência, veja em: Na região equatorial: Convivência com a Seca = Adaptação ao Aquecimento Global
De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa
Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

A mandioca: base alimentar do semiárido



A mandioca é uma planta originária do continente americano. Presente, de forma geral, na alimentação dos índios brasileiros e por eles cultivada, é base alimentar de várias tribos (OTSUBO, 2002; VAINSENCHER, 2009). Está presente na mesa dos habitantes do semiárido brasileiro, na forma de farinha e na forma de amido, na mesa dos brasileira, de forma geral. 

É um instrumento de adaptação ao aquecimento global. Como visto, em muitas regiões, especialmente nas regiões equatoriais, o aquecimento global, além do aumento da temperatura, pode trazer muitas secas. Então, como adaptação às alterações climáticas é necessário culturas com bom desempenho em condições adversas de aridez. A mandioca é uma dessas culturas. Vem sendoampliada sua resistência à seca (FUKUDA et al., 2006).
 
O cultivo da mandioca é uma forma de adaptação às alterações climáticas, analisado, com mérito acadêmico por Jarvis e outros (2011), em trabalho publicado na revista Tropical Plant Biology, de livre acesso, sob significativo título “Is Cassava the Answer to African Climate Change Adaptation?”, com resposta afirmativa como conclusão do trabalho. A aceitação desta afirmativa traria a solução, do ponto de vista de segurança alimentar aos que vivem no Polígono da Seca. Mas, seria a mandioca “a” resposta ou apenas “uma” resposta à adaptação climática equatorial, o que levaria à continuação da busca pela solução da Adaptação Agropastoril dos Sertões ao Aquecimento Global.
Veja-se o que diz a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa sobre o cultivo da mandioca:

Para evitar ou reduzir o esgotamento dos nutrientes do solo, deve-se proceder a rotação da mandioca com outras culturas, principalmente com leguminosas, como também, quando a mandioca for plantada no sistema de fileiras duplas, utilizar a prática de consórcio com culturas adequadamente como feijão, milho, amendoim etc., pois dessa forma ocorrerá uma melhor cobertura do solo. (SOUZA; FIALHO, 2012).

A recomendação da Embrapa, relativa à rotação com outras culturas, tendo sua visão fundamentada no conhecimento científico e na experiência dos campos de prova (EMBRAPA, 2012), orientados pela alta formação técnica, restringe a contribuição da mandioca, a qual exige outros cultivos também adaptados, para que ela seja eficiente e possa, assim, ser uma solução. Tal ponto de vista pode ser contraposto à experiência do quotidiano dos produtores, onde o conhecimento empírico parcialmente substitui o rigoroso conhecimento técnico-científico. É interessante, então, ouvir a experiência prática dos produtores. Pois dizem:
Não é recomendável repetir o plantio da mandioca na mesma gleba em que ela tenha sido cultivada no ano anterior, mas, sim, deve-se plantá-la após outra cultura, como milho, algodão, arroz, soja ou leguminosas plantadas como adubo verde. Para isso, será traçado um programa que se adapte às condições da fazenda e às possibilidades do mercado.
Uma das principais vantagens do plantio em rotação de culturas é possibilitar melhor controle das moléstias e pragas não comuns às plantações que se sucedem.” (CRIAR, 2012)
Portanto, a resposta à pergunta "É a mandioca “a” resposta ou “uma” resposta para adaptação às alterações climáticas?" pelo que dizem a pesquisa e a prática agrícola no Brasil, é que a mandioca é “uma” resposta para adaptação às alterações climáticas em áreas semiáridas. Não é “a” resposta, desde a ótica da produção agrícola, porque deve ser alternada com outras culturas para manter a produtividade do cultivo. Estas culturas usadas para a alternância, por sua vez, devem ter produtividade que as justifiquem, nas condições de aridez compatíveis com a cultura da mandioca, para que possam servir de culturas rotativas. Não é o cultivo da mandioca "a resposta”, mas é “uma resposta”. Assim, pesquisa torna-se necessária para prover culturas usadas para alternância com a mandioca, que sejam viáveis nas condições suportadas por ela.
Processos agroindustriais que firmam o consumo de frutos e raizes de plantas que sobrevivem em áreas de baixa precipitação e alta temperatura são fundamentais. Neste sentido é importante que seja ampliada a produção já existente de geração de conhecimento de apoio a atividades de transformação industrial desta natureza,” (FUKUDA et al., 2006). Também é importante que seja desenvolvido o mercado para estes produtos, sem o que as tecnologias ficam nas prateleiras e não cumprem o papel de irem voltando a agricultura na região para ser adequada aos novos tempos que vem vindo.

 Outras instâncias de convivência, veja em:

Na região equatorial: Convivência com a Seca = Adaptação ao Aquecimento Global


De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014

domingo, 23 de novembro de 2014

Convivência com a seca: precocidade


O milho é cultivo tradicional no nordeste brasileiro. O ápice do consumo se dá na noite de 23 de junho, a festa de São João, a maior festa regional, que se prolonga pelo dia 24, dia propriamente de São João. Quase todas as comidas, numa festa de comida abundante, são preparadas com milho. Mas este milho é cada vez menos adequado a um semiárido que vai se tornando mais seco. 

Mesmo um cereal pouco adequado a cultivo no semiárido, como o milho, por exigir muita água em comparação com um substitutivo, o sorgo, pode ter sua desadequação reduzida através de pesquisa que reduza a vulnerabilidade à seca. A superprecocidade, tal como apresentada por cultivares desenvolvidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte S.A. - EMPARNE (LIRA;CARVALHO; LIMA, 2011) representa uma forma de reduzir os riscos de frustrações de safras ocasionadas pela seca. A resistência ao stress hídrico de cultivares, comparada a de outros, representa atenção do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA (2012a) em pesquisas suas, para com a questão da convivência com a seca, ou seja, Adaptação ao Aquecimento Global, ou em pesquisas realizadas com o seu apoio, como o desenvolvimento de milho hidropônico para alimentação animal como forragem (INSTITUTO AGRONÔMICO, 2012b). Representa uma forma de obtenção de forragem de alta eficiência no uso da escassa água existente no semiárido, especialmente nas épocas de seca.

Uma outra opção à precocidade, não excludente, é o cultivo de grãos mais resistentes à seca. O sorgo granífero IPA 1011 é uma alternativa estratégica para a produção de grãos nas condições de escassez de chuvas do semiárido, onde o milho não produz satisfatoriamente (IPA, 2008; SILVA, 2011). O sorgo apresenta como prospecto nove safras boas em cada dez no clima do Nordeste semiárido. O milho, duas a quatro. Mesmo aumentando a resistência do milho, é difícil que chegue perto da resistência apresentada pelo sorgo, preparado que foi, pela natureza, para enfrentar as hostís condições do semiárido africano.

 Outras instâncias de convivência, veja em:

Na região equatorial: Convivência com a Seca = Adaptação ao Aquecimento Global

De:
DIAS, Adriano; MEDEIROS, Carolina 
(Consultores:  MELO,  Lúcia; SUASSUNA, João; TÁVORA, Luciana; WANDERLEY, Múcio)
Convivência com a Seca e Adaptação - realidade e pesquisa

Relatório Parcial da Pesquisa  Adaptação ao Aquecimento Global:
uma visão sobre a pesquisa agropecuária no Norte/Nordeste
Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia - CECT/Fundação Joaquim Nabuco  www.fundaj.gov.br.    Recife, 2014